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quinta-feira, 4 de junho de 2015

Às vezes, simplesmente, não dá...

Por estes dias já devem ter desistido de aqui aparecer. Eventualmente até já estavam a pensar que tinha finalmente percebido que a corrida não é para mim e que arrumei os ténis, que queimei todas as t-shirts das provas que fiz e que derreti as medalhas para tentar receber algum dinheiro.

Mas a verdade é que continuo a querer correr, mesmo sabendo que nunca ganharei nada com isso (a não ser, claro está, a nível pessoal). E se por um lado quero correr, por outro lado não consigo correr. Não por imposições físicas, mas de outra ordem. A nível mental. Tenho o cérebro demasiado gasto para conseguir forçar o corpo a ir correr. Uma sucessão de acontecimentos menos bons e maus relegaram-me para um canto onde não me via há algum tempo. No mês de Maio não fiz sequer 100kms, ficando-me pelos 87,1kms.

O trabalho tem exigido que me desloque muitas vezes para fora de Lisboa, impedindo-me de correr pela manhã, uma vez que não é fácil, por exemplo, ir de Lisboa para Ponte de Lima e ainda querer regressar antes do dia seguinte a Lisboa, sem ter de sair muito cedo.
A universidade, nesta fase final de curso, está mais exigente que nunca. Trabalhos e mais trabalhos, uns de grupo, outros individuais, bem como as frequências e todas as outras atividades extra-curriculares que nos são propostas e que, queiramos ou não, nos enriquecem o currículo (participei num evento "Prémio Comunicar" e ainda consegui arrecadar um 3º lugar!). Trabalhar durante o dia e estudar durante a noite, sempre até altas horas da madrugada (não me lembro da última vez que me deitei antes das 3h da manhã, fins de semana incluídos), deixam-me demasiado cansado para me levantar de manhã e ir correr e sem tempo para correr no final do dia.

A juntar a isto tudo, a morte da minha companheira Moenga - a minha cadela, a mais linda do mundo - durante o seu parto - morrendo também os filhotes -, arrasou por completo toda a minha família. A Moenga foi uma cadela que adotei quando ainda era uma recém nascida, no ano de 2007. Desde então, passou a membro da família, sendo como uma filha para mim e uma neta para os meus pais. Vimo-la crescer e tornar-se um animal de uma inteligência extrema. Vimo-la crescer e meter-se em apuros por ser curiosa demais e acabar por ser internada 2 vezes no veterinário. Vimo-la crescer nas herdades alentejanas, onde era livre para correr por onde quisesse. Não vivia presa a uma corrente. Vivia solta como qualquer animal e humano deve viver. Por ser um animal tão querido e inteligente, quisemos que ela tivesse filhos, que o espírito da Moenga continuasse vivo, mesmo depois de nos deixar, daqui a muitos e felizes anos. Quis o destino que fosse isso a matá-la, matando-nos também a nós um pouco por dentro.

Esta será a última semana de aulas antes dos exames finais. As apresentações estão todas feitas e a partir de agora é estudar. Vou poder, finalmente, sair do trabalho e ir correr para descomprimir. Vou, finalmente, conseguir correr para pensar em tudo o que preciso pensar. Vou, finalmente, conseguir correr apenas porque gosto de correr. Tenho o Monte da Lua daqui a pouco mais de 1 mês e, entretanto, inscrevi-me na Lisboa Eco Maratona, já no dia 20 de junho em Monsanto. Espero conseguir treinar mais e melhor a partir da próxima semana. Tenho planos para o futuro que quero mesmo concretizar. 

Para a semana, já corro!




7 comentários:

  1. Boas!

    Que a próxima corrida seja uma "Corrida pela Moenga"!

    Abraço

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  2. Era muito bonita a Moenga.
    Força, em breve começam novamente os dias bons e muito bons.
    Beijinhos

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  3. Melhores dias virão Eduardo.. Percebo perfeitamente que não deve ter sido fácil. Um abraço e força nisso.

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  4. É preciso arrumar a casa e por vezes não deixa tempo para mais nada.

    Como escreve o Filipe, melhores dias virão!

    A Moenga era muito bonita.

    Ainda me lembro de quando o meu Buggy morreu, após 12 anos de alegrias e boa disposição (quando queria :)).

    Abraço

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  5. Tadinha da Moenga! Que esteja em paz! Percebo perfeitamente o que sentes, para mim os animais fazem parte da minha família!

    Um grande abraço

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  6. Obrigado a todos.

    Sim, a Moenga era mesmo uma cadela extraordinária e linda! :)

    Quanto a mim, hoje inicia-se uma nova fase, cheia de treinos e kms por percorrer e trilhar! :)

    Beijos e abraços!

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