Bearded Runner on Instagram

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Improviso por Monsanto.

Como disse no post sobre o treino extremo em Sintra, tentei fazer uns videos com o meu telemóvel mas acabei por não conseguir aproveitar nenhum, muito porque este está a dar os últimos suspiros.
Mas pedi uma câmara de filmar emprestada e fui experimentar a coisa para Monsanto.
O resultado é o que podem ver abaixo!

Atenção, não tem música associada e é apenas um filme sem qualquer edição. Comecei a filmar quando entrei num track de downhill das bikes e parei de filmar quando cheguei ao alcatrão. Quando perceber de edição de video e tal, farei uma coisa mais catita e com uma banda sonora à altura.

Aaaahh!! Também preciso comprar uma cam para mim, mas se alguém quiser oferecer, eu não me nego!


quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Trilhos Extremos de Sintra - Sintra Extreme Trails

Quem conhece o João Campos, conhece o seu chavão "Porque a Vida não é só Corrida". E ele não mente. Há todo um sofrimento associado a ela. A ela, à corrida. Bem, também o há associado à vida, mas isso são outros quinhentos.

Dito isto, se aceitamos um treino do João em que o nome do treino tem estas três palavras - , trilhos, extremos e Sintra -, sabemos à partida que vamos sofrer. Não sabemos com que intensidade, se muito se pouco, apenas sabemos que vai existir dor.

Mas eu gosto de sofrer, e, por isso, foi com agrado que aceitei o convite do João para ir fazer um pequeno treino pelos trilhos da serra de Sintra. Assim, no domingo, dia 23, um pelas 7horas da manhã, lá estava na Lagoa Azul, pronto para fazer os 24kms com um desnivel positivo de +-1200m. Felizmente, não fui o único louco a aceitar o desafio, e no total éramos 13 pessoas (12 meninos e 1 menina).

Correr na serra nunca é fácil. Correr na serra de Sintra torna tudo mais difícil. Esta dificuldade só é superada pela vistas maravilhosas que a serra nos dá Subir à Pedra Amarela e conseguir ver todos os elementos que constituem este mundo (terra, árvores, água, céu, nuvens e as próprias construções humanas) é algo que entra pela retina e se grava na memória de longo-prazo. Este percurso tem de tudo: trilhos técnicos, estradões para deixar as pernas rolarem, subidas infernais e descidas alucinantes.

Fizemos os 24kms em 4h45m, com as sempre necessárias pausas para comer e, claro, tirar fotografias. Foi uma excelente manhã passado com amigos, conhecidos e desconhecidos que se tornaram conhecidos (ainda hoje estou para perceber porque é que ele diz que é quase queniano), todos juntos a partilhar uma paixão: o trail running!

Para a posterioridade, ficam algumas fotos! Fiz alguns videos que queria aqui meter, mas fi-los com o telemóvel que está mais para o lado negro da luz que o lado dos Teletubbies e, por isso, estão todos marados e com paragens. Se alguém quiser oferecer uma GoPro, esteja à vontade! Se alguma marca estiver a ler isto e queira oferecer alguma coisa, também preciso de uns sapatos novos.










terça-feira, 18 de agosto de 2015

Ultra Trilhos Rocha da Pena 60K

Ou o dia em que tentei fazer de um buff uma fralda. (mas já lá chegamos)

Disseram-nos que, em caso de dúvida, era sempre a subir. E nós subimos, subimos, subimos e subimos. No final, não houve dúvidas, foi sempre a subir.



Ainda o relógio do carro não marcava as 3h e já eu me preparava para arrancar para Salir. Não posso dizer que me levantei cedo, porque, na verdade, nem sequer fui à cama. Depois de um dia de trabalho, de um jantar de aniversário da namorada e amigos, e de arrumar tudo, tinha 40' até à hora prevista de arranque. Com medo de adormecer, decidi não dormir e descansar um pouco antes da partida.

Cheguei ao Complexo Desportivo de Salir pouco antes das 5:30. À minha espera, o escuro da madrugada e dois carros com os ocupantes a fazer o mesmo que fiz: dormir. Às 6:10 vou buscar o dorsal. Quando entrei no Complexo fui recebido por organizadores e voluntários que, apesar da hora, me receberam (e aos outros atletas) com o enorme sorriso. No kit, a tshirt da prova, uma revista, um copo daqueles desdobráveis - andava há já algum tempo a tentar encontrar uma coisa destas -, uma caneta e uma senha para a refeição ligeira que nos seria dada no final da prova. Fui para o carro equipar, ver se estava tudo em conformidade e fui para o controlo zero e respetivo local da partida. Os atletas não eram muitos. Não sei se lá estariam os 54 inscritos na prova, mas era um grupo bem composto. Depois do briefing vieram as 7h e, com elas, a partida.



Depois de sairmos do complexo (a pisar relva fofa), seguimos algumas centenas de metros pelo alcatrão até entrarmos nos estradões de terra batida. Deu para deixarmos o corpo aquecer e entrarmos no ritmo. O percurso nesta zona variava entre estradão e single tracks, todos corríveis e passiveis de ser feitos a boas velocidades. Como éramos poucos atletas na prova dos 60kms, e os primeiros já iam longe, tínhamos os trilhos só para nós. Podíamos correr à velocidade que queríamos e sem nos preocupar em ultrapassar ou ser ultrapassado. Esta foi a parte que mais gostei! Cada vez gosto mais de descer. De sentir os quadriceps a tremer com o impacto dos pés no chão. De abrir os braços para me conseguir equilibrar. De saltar por cima de rochas e raízes. De ganhar e ganhar velocidade e sentir o vento a secar-me o suor da cara. A vista, das poucas vezes que abrandei o suficiente para olhar para o lado, completamente espetacular. Montes, vales e árvores até perder de vista. Nada de casa, prédios, alcatrão, carros, poluição. Só nós e a natureza.

Aos 20kms ia com 2h20m, mas foi aqui que o verdadeiro desafio começou. As subidas já não eram feitas a correr. Se bem que eram feitas a passo rápido, o nariz começava a estar cada vez mais perto do chão. Por volta dos 23kms, quando estava num PA, disseram-me que ia em 19º. O primeiro tinha passado 1hora antes de mim. A partir deste ponto o ritmo teve de, obrigatoriamente, baixar. A prova estava a ser tudo o que tinha prometido: longas subidas em estradão, seguidas de descidas bastante inclinadas e com alguma tecnicidade. Como também eram em estradão, com areia e calhau solto, fui sempre devagar. Não que tivesse medo, mas os meus sapatos praticamente não têm rasto, e cada passo menos calculado equivalia a uma escorregadela de me fazer saltar o coração.

Ainda assim, quando passei a marca dos 40kms ia com 6h40m. Quando passei a marca dos 50kms ia com 9h30m. Como é que demorei quase 3 horas para fazer 10kms? Fácil. Para além das paragens nos abastecimentos, das subidas,

Eu classifico as subidas em várias categorias: há os muros, aquelas que subimos facilmente e a correr; há as paredes, aquelas que só já as subimos a andar; há os prédios, aquelas que subimos a andar, devagar, e com o nariz a tocar no chão; e, por fim, há as 'paredes filhas-da-pu**', que são aquelas que subimos a andar, devagar, com o nariz a tocar no chão, em que temos de parar várias vezes e só temos fôlego para as ofender! Adivinhem quais é que haviam na prova?! Digamos que não fui um menino muito educado.



Como dizia, para além das paragens nos abastecimentos, das subidas e das descidas, chegámos à zona das ribeiras. E se ao início ate achei engraçado andar (literalmente, pois correr era impossível) pelo leito seco delas, ao fim de alguns kms já não achava tanta piada. Acredito que aquilo seja muito giro para os atletas de topo, aqueles que veem ali uma oportunidade para ganhar terreno aos rivais, mas para quem é apenas um amador como eu e muito outros, acaba por ser demais. Para além de não dar para correr, ainda nos desgasta, porque quando não andamos a saltar rochas, caminhamos por cima de areia solta; é monótono e não acrescente muito ao percurso porque ficamos ladeados de canas e árvores e nem a planície se consegue ver; para não falar que se torna perigoso caminhar por cima daquelas pedras enormes e soltas. Este entra e sai das ribeiras prolongou-se praticamente até ao último abastecimento, ao km 60.




Então e aquela frase a começar este post? Já me estava a esquecer.Acontece que quando corro distâncias longas como estas, acabo sempre com o chamado "rego assado" e "virilhas assadas" e, desta vez, até com o "períneo assado". A determinada altura já mal conseguia andar sem tudo me arder, mesmo depois de ter despajado meio litro de água pelos calções abaixo. Foi aí que tive a brilhante ideia de dibrar o dorsal e usá-lo como fralda, para que as costuras dos boxers não roçassem mais onde me doía. Obviamente que não resultou. Tirei a fralda, voltei a meter o buff na cabeça (é mentira!!! hahaha) e optei por outra solução: tirar os boxers. Aliviou um pouco, o suficiente para conseguir correr 5 minutos seguidos e com as pernas só ligeiramente abertas.

Voltando à corrida. Quando cheguei ao último posto de abastecimento, ao km 60, ia com 12h04m. Quando perguntei quantos kms faltavam foi-me dito que eram 7. Que o atleta que passou antes de mim demorou cerca de 1hora para fazê-los e que era minha decisão se queria ou não continuar, sabendo que podia chegar depois das 13h limite da prova e o meu tempo não contar. Perguntei se iriam ser 7km em ribeira, mas eram em estradão e alcatrão. Engoli umas batatas fritas, dois pedaços de laranja, disse até logo e arranquei. Engoli também o orgulho e corri a chorar. A chorar porque as dores nas partes sensiveis e assadas a isso me obrigavam. Corri como não corria há muito kms. Estava tão perto, nem que chegasse em sangue, mas iria cortar a meta dentro do tempo limite!

Depois da subida ao Castelo, um voluntário diz-me que falta 1km, que é a descer e que "está feito". Ganho novo ânimo e continuo a correr (corri até quando voltámos a apanhar um pequeno troço de ribeira) e comecei a ver o Complexo à minha espera. Ultimo esforço para subir as escadas da entrada, dar meia volta à pista de tartan e cruzar a meta com 12h47m41s, 65kms e +-2300D+ nas pernas!



Foi, sem dúvida, o meu maior desafio até hoje. Pela distância, pelo calor, pelo percurso e, como disse no Facebook, por ter sido a primeira prova a que fui sem ninguém conhecido e sem a minha namorada, que está sempre à minha espera para dar aquele beijo e abraço final que é a melhor recompensa que se pode ter.

Sobre a organização, voluntários e prova. Tirando a parte excessiva das ribeiras, foi um bom desafio. A organização e os voluntários fizeram questão de ter tudo muito bem preparado para qualquer eventualidade. Muito prestáveis e a dar a informação correta quando lhes perguntávamos alguma coisa. Abastecimentos com o o essencial - talvez tivesse sabido bem, a determinada altura da prova, ter qualquer coisa mais sólida para se comer, fosse uma sandes ou uma sopa, qualquer coisa que reconfortasse o estômago, coisa que fruta e batatas fritas não faz - e postos com tanques de água onde nos podíamos refrescar por completo. A tal refeição ligeira acabou por ser duas bifanas bem recheadas, um somo/cerveja e um café, que literalmente engoli depois de tomar um belo banho. No final, quando apresentei o meu ponto de vista sobre a prova e o que considerei falhas, foi bem aceite e até deram razão nalguns pontos, sabendo que é difícil agradar a toda a gente, claro. Se tivesse de classificar todo o conjunto, daria nota quase perfeita. Se lá voltarei para o ano. Ainda falta muito tempo, mas é uma prova que merece ser feita pelo menos uma vez.

Sobre a minha prestação... Fiz o que pude durante a prova e durante os treinos para ela. Percebi que uma boa preparação não passa só por meter kms nas pernas. Há outros treinos que são essenciais e que os descurei por completo. Se quero terminar as provas com melhor tempo e em melhor estado físico, terei de me preparar bem melhor. Esta prova foi o meu ultimo ultra trail deste ano, mas sobre isso, falarei noutro post.

terça-feira, 11 de agosto de 2015

Aquela ajuda extra que, por acaso, vem do Girassol.

Tenho lido muito nos posts do pessoal que cada vez menos conseguem ingerir géis (ou geles? ou gels?) e eu não poderia estar mais de acordo com eles. Tomar um gel durante uma prova é coisa para me arruinar por completo o estômago e para me deixar cheio de sede nos kms seguintes. Já experimentei várias marcas e vários sabores, mais aquosos e menos aquosos, com isto e com aquilo e, em 95% dos casos, o resultado é sempre o desconforto no estômago. E, depois, são quase todos muito doces, o que me obriga a beber água - ou simplesmente a gastá-la em boxexos - para tirar o sabor. Era urgente encontrar uma solução que me ajudasse nisto e ela acabou por aparecer quase como por encanto.

O Stefan Pequito - grande corredor do Correr na Cidade - falou-me das barras Biotech USA que se podem comprar na loja Girassol. E, eu, decidi experimentar. Mal não fazia. Eram baratas e com vários sabores: pêra, nozes, mirtilos e chocolate. Encomendei uma de cada. Encomendei na quinta e recebi a encomenda na sexta. Ótimo começo. Levei-as para o Monte da Lua na esperança de ter encontrado a Meca Perdida das barras. O problema foi quando as provei. São tão boas que me arrependi logo de só ter comprado uma de cada! A de pêra então, mais tivesse e mais comia! Absolutamente deliciosa! São um pouco secas - o que para mim é ótimo - e nada doces! A seguir a comer uma bebo 3 ou 4 goles de água e ficou impecável. O melhor é que sacia. Quando comi a primeira barra já estava com alguma fome e só voltei a comer a segunda barra quase ao fim de 3 horas. De todas as que já provei, confesso que a de chocolate é a que gostei menos, talvez por se tornar muito doce.

Mas eu não digo só bem. Também vou dizer mal! E vou dizer mal por eles (Girassol) não terem nada de negativo para eu dizer. Eu sou um gajo que gosta de apontar aspetos negativos e falhas e tal e agora como é que faço? Digo mal por não terem motivos para dizer mal, pronto. Se não, reparem: quis encomendar mais barras e não tinham. Enviei um email e disseram-me que estavam à espera delas e que me avisavam quando tivessem chegado. Encomendei também um isotónico para dissolver na água. Pedi-lhes conselhos sobre o que podia tomar após os treinos/provas para recuperar e sugeriram-me um pózinho composto por proteína para juntar na água. Um fast recovery com sabor a maracujá que era o mais consensual entre os clientes. Enviaram-me um email, tal como prometido, a avisar da chegada dos produtos. Como, por acaso, ia a Aveiro em trabalho decidi levantar a encomenda na loja. Disseram que não fazia mal. Quando lá cheguei estavam fechados para almoço (erro meu que não vi o horário). Mas a funcionária que lá estava dentro perguntou o que precisava, abriu-me a porta e atendeu-me. Havia uma situação com um dos produtos e ficou resolvida depois de 3 telefonemas e de outro funcionário lá ter ido durante a sua hora de almoço. Sai de lá satisfeito e feliz. Assim, como é que posso dizer mal?

Este post não tem o intuito de receber o patrocínio da loja. Serve apenas para vos indicar um local onde podem adquirir produtos bons, baratos e, importantíssimo, naturais. O staff é todo 5 estrelas e muito prestáveis. Só têm loja física em Aveiro, mas se fizeram uma encomenda - e pagarem - até às 17h, recebem a encomenda no dia seguinte. Espetacular, não é?!

Sobre as barras já falei. Sobre o Fast Recovery e o Isotónico, a opinião é a mesma: muito bons. O isotónico é saboroso, dissolve-se bem e vem em saquetas individuais. Mais uma vez, não é muito doce e já bebi sumos com menos sabor que o isotónico. Escolhi o de manga-laranja e foi uma ótima escolha. O fast recovery - para o batido após treino/prova - também é muito bom. Já tinha comprado outros que me sabiam mal e, inclusive, o último que tinha comprado foi para o lixo quase meio cheio. É para se juntar com água e já traz a medida, sendo que assim não precisamos de nos preocupar em pesar os gramas para fazer a mistura. Um excelente conselho por parte da Girassol.

Resumindo, a partir de agora é de onde vou encomendar as coisas que preciso para as provas. Serviço rápido, eficaz e eficiente. Se têm dúvidas, experimentem! (ou perguntem ao Praticamente Queniano)


O porquinho não é da Girassol.
Só ali está para me segurar as colheres de pau.

segunda-feira, 10 de agosto de 2015

Meu querido mês de Agosto.

Lembram-se de eu vos ter dito que da próxima vez que me inscrever num Ultra Trail me podem bater com um pau nas costas? Não? Ainda bem!

Mas caso ainda se lembrem, podem guardar o pau que vou ao Ultra Trilhos Rocha da Pena (Ou como o Filipe disse: Utra Trail Feather's Rock) mas não fui eu que me inscrevi. Foi-me oferecido. Por isso, ainda não é desta que me arrancam a barba à vergastada!


Ali no final é só descidas!


E como decidi que nesta prova iria dar tudo por tudo, a preparação tem sido em consonância com o resultado que quero obter. Assim, tenho treinado afincadamente. Realmente afincadamente! Tanto que desde o dia 1 de Agosto já corri 111,1kms, com um acumulado positivo bem catita. Não tenho mais ganho de elevação porque correr em Monsanto tem esse handicap. Mas, apesar de tudo, parece-me que vou ter um bom mês e, acima de tudo, sinto-me preparado para os 60kms de Salir.



Quanto ao calor, sou Alentejano e o resto é conversa!